Análise do Desempenho de Blocos Cerâmicos Produzidos na Região de Colatina-ES
A. Savazzini-Reis, M. S. Silva
Resumo
A busca da qualidade nas obras de construção civil tem levado a discussão de vários fatores, dentre os quais, a redução do consumo de argamassas cimentícias usadas na fase de execução da alvenaria de vedação e do revestimento dos blocos cerâmicos, bem como o desperdício do próprio bloco. O artigo apresenta o resultado da avaliação de conformidade de blocos cerâmicos para alvenaria de vedação, conforme as prescrições estabelecidas na NBR 15270/2005, fabricados na região de Colatina-ES, a qual se destaca na produção de cerâmica vermelha no ES. Foram coletados blocos cerâmicos de 19 empresas para análises por meio de testes de avaliação dimensional, caracterização geométrica, física e mecânica. Os resultados obtidos mostram que as empresas não atendem aos requisitos da norma. Em relação à análise dimensional 74% das empresas foram reprovadas e 90% das empresas não atenderam a todos os requisitos da análise geométrica. Pode-se observar também que 79% dos blocos não atenderam ao limite de absorção da água e que nenhum dos blocos atendeu ao valor especificado para resistência mecânica. Com isso, pode-se confirmar a necessidade de melhorias no processo produtivo das olarias desde a dosagem da matéria prima até o controle do desempenho dos blocos fabricados, o que pode resultar em aumento da competitividade do setor e diminuição de desperdícios e custos na construção civil.
Palavras-chave
Referências
ANDRADE, G. C. Sistema de vedação racionalizada. Concrete show – ABCP (2011). Disponivel em < http://docplayer.com.br/11998762-Sistema-de-vedacao-racionalizada.html>. Acesso em 25 març 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-1: Componentes cerâmicos –Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-3: Componentes cerâmicos –Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação – Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, C. E. R. A. M. I. C. A. (ANICER). Setor. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em< http://portal.anicer.com.br/setor/>. Acesso em 25 març 2017.
BERGMAN, C. P. N. Avaliação da industria cerâmica de blocos e telhas do RS e SC e seus impactos na economia do RS. Relatório do SINDICER-RS. 2013. 63p.
BRAGA, W. A., SANTOS, M. W. L. C., SALES, J. C. Qualidade na indústria de cerâmica vermelha: medidas e alternativas para o controle dimensional. Cerâmica Industrial, v. 20, n. 5/6, 40-43, 2016.
CALLISTER, W. D. Jr. Ciencia e engenharia de materiais – Uma introdução. 5ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2002, 620p.
COLATTI, N. R. et al. Determinação das características geométricas dos blocos cerâmicos produzidos no município de ColatinaES. In: IV Jornada Cientifica do IFES. 2011.
COUVIGNOU, E. M. Analise da conformidade e caracterização da matéria-prima empregada na fabricação de blocos cerâmicos na Região Metropolitana de Salvador. Dissertação (Mestrado Engenharia Mecânica). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2007. Natal-RN.108p.
KACZAM, F. et al. Análise da capacidade do processo produtivo: verificação da conformidade das dimensões geométricas de blocos cerâmicos. In: Congresso Tecnico Cientifico da Engenharia e da Agronomia (CONTECC). 2016. Foz do Iguaçu-PR.
LIMA, A. C. Jr. Caracterização de blocos cerâmicos comercializados em Feira de Santana. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Engenharia Civil – Universidade Estadual de Feira de Santana. 2008. 54p.
LIMA, M. P. C., FUJIMOTO, J. T., FILHO, O. J. N. Análise das propriedades físicas e mineralógicas da argila vinculada a qualidade e desempenho mecânico de blocos estruturais cerâmicos fabricados no estado de Mato Grosso. Cerâmica Industrial, v. 21, n. 4, 36-40, 2016.
M. C. Junior et al. A indústria de cerâmica vermelha e o suprimento mineral no Brasil: desafios para o aprimoramento da competitividade. Cerâmica Industrial, v. 17, n. 1, 36-42, 2012.
MACEDO, R. S. et al. Influencia de aditivos na produção de blocos cerâmicos. Cerâmica, v. 54, 373-381, 2008.
PILZ, S. E. et al. Verificação da qualidade dos blocos cerâmicos conforme NBR 15270 comercializados em Santa Catarina. Revista de Engenharia Civil IMED, v. 2, n. 2, 19-26, 2015.
REIS, A. S., SAGRILLO, V. P., VALENZUELA-DIAZ, F. R. Caracterização e propriedades cerâmicas de argilas usadas em cerâmica vermelha no estado do Espírito Santo. In:
CBECIMAT, 2016. Rio grande do Norte. Disponível em <http://www.metallum.com.br/21cbecimat/CD/PDF/104-046.pdf > Acesso em 12 dez 2016.
RIZZATTI, E., ROMAN, H. R., MOHAMAD, N. G.;NAKANISHI, E.Y. Tipologia de blocos cerâmicos estruturais: influencia da geometria dos blocos no comportamento mecânico da alvenaria. Revista Matéria, v. 16, n. 2, 730-746, 2011.
ROCHA, A. F., PALMA, M. A. M. Gestão da inovação e capacidade competitiva: uma análise não paramétrica no setor cerâmico de Campos dos Goytacazes-RJ. Cerâmica, v. 58, 244-252, 2012.
SANTANA, C. O., ALBERTE, E. P. V. Uso de indicadores de sustentabilidade para seleção de materiais aplicados à execução de alvenaria de bloco. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC), 16, 2016, São Paulo. Anais... ANTAC: Porto Alegre, 2016.
SPOSTO, R. M., PERINI, A. S. Caracterização e avaliação da qualidade dos blocos cerâmicos furados para alvenaria de vedação fornecidos para o Distrito Federal – DF. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC), 2000, Salvador-BA. Anais... ANTAC: Porto Alegre, 2000. Disponível em: http://www.infohab.org.br/entac2014/2000/Artigos/ ENTAC2000_597.pdf>. Acesso em 02 agost 2016.
STRAGLIOTTO, A. J., SAGRILO, B. S., FERNANDES, F. A. S. Avaliação dos requisitos dimensionais, físicos e mecânicos exigíveirs no recebimento de blocos cerâmicos de vedação a serem utilizados em obras de alvenaria na cidade de Palmas de acordo com a NBR 15270-1. In: 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica (CBC). Aguas de Lindoia-SP.2016.
TANNO, L. C. et al. O polo de cerâmica vermelha de Tambaú (SP): Caracterização do sistema de suprimento mineral e desafios para os eu aprimoramento. Cerâmica Industrial, v. 21, n. 4, 28-35, 2016.