O estado do Piauí é produtor relevante de materiais cerâmicos tradicionais, a exemplo dos blocos de vedação, blocos estruturais, telhas, lajotas e peças decorativas. Apesar de possuir grandes reservas de minerais argilosos e não argilosos, não existe produção de revestimentos cerâmicos em escala industrial no estado. Este trabalho teve como objetivo avaliar a aplicabilidade do uso de matéria-prima não plástica em formulações com argila natural, para fabricação de revestimentos cerâmicos. Foram confeccionadas cinco formulações de massa cerâmica com a utilização de argila caulinítica e talco dolomítico. Todas estas matérias-primas foram coletadas em jazidas localizadas no estado do Piauí. Estas foram caracterizadas através de análise granulométrica, análise química, análise mineralógica e análise termogravimétrica. Os corpos de prova foram produzidos através de prensagem uniaxial de 20 gramas de material colocados em uma matriz de conformação metálica de dimensões 80 mm x 10 mm x 10 mm, e queimados nas temperaturas de 1000 ºC, 1100 ºC e 1200 ºC. Foram avaliadas as propriedades tecnológicas de retração linear, absorção de água e resistência à ruptura por flexão. Os melhores resultados foram observados nos corpos de prova com adição de talco e queimados na temperatura de 1200 ºC, obtendo-se módulo de resistência à flexão máximo de 39,92 MPa e absorção de água de 4,13%, o que permitiu sua classificação como revestimento cerâmico do tipo BIIa. Assim, foram validadas as potencialidades das matérias-primas disponíveis no estado do Piauí para a produção industrial de revestimentos cerâmicos de qualidade